segunda-feira, 7 de agosto de 2023

NA VOZ DO POEMA



Na voz do poema


Hoje, enquanto eu abria a geladeira para pensar... no que tocar.

Como se ela fosse um poema em que eu buscasse recordar os traços de minha musa, que sempre, lá, no poema, vai estar.




Eu não pude em seu interior, nada, ver, ao tudo enxergar.

As misturas das palavras em minhas lágrimas vistas em meu poema, teu, que é todo teu, e feito de ti, em palavras: o que vi.




Que em si mesmo és mistura e que se misturava, brincando de se esconder em ver minhas lágrimas. Ou talvez uma borboleta de asas pretas, entre cores de flores, anversos, destes versos.




Eu chorei. Tocava minha mãos e corria entre as rosas dançantes.

Eu sorri, depois. Porque teu perfume formava riscos de estrelas, buscando o caminho de se aninhar no mar.




Eu pensava que a qualquer momento tu ias chegar.

Adentrar por minhas narinas. Se aconchegar em meu peito, ser a minha moça, musa, menina, ou quem sabe o cheiro que me traria, de onde viria.




Eu sempre penso que tu me sentes. Que vais ainda me sentir, 
quando tomares no olhar as notas lhe sorrindo a brilhar.

Não mais como dígitos de palavras mas, de sons vivos, a te desenhar no ar.




Vais te ver, só para te descobrires em mim...

Por que sou o poema. O axioma, que também se mistura,

Na alvura, nas cores, nas frescuras das folhas, nas palavras...




Nas palavras...do poema...Porque, repito: eu sou o poema!

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ZéReys Santos.

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