EM TOM DE VERDE
Em tom de verde
Enquanto me percorria a alma
esta tua beleza que encanta,
O claro do céu salpicava
entre as folhas da arvore
frondosa que me abrigava, eu
pequeno embaixo dela,
sentia-me grande, por que
podia voar sem sair do lugar.
O vento era uma canção
fazendo bailar os galhos,
e ao afastá-los, uns dos
outros, o sol encontrava meus olhos,
Semi-abertos acompanhando a
canção em seu bailar suave.
Raios graves, raios leves,
raios do céu, bolero de Ravel.
O amor parece um vento que
afasta as folhas, para o sol entrar.
E o sol, o amor, que parece
esperar as folhas se afastarem, para ele entrar.
Um se parece com o outro e o
outro se parece com o um, e são tão diferentes,
Como a gente, que se parece
com o sol e se parece com o vento.
Circunstancialmente, somos
galhos e folhas dançantes, alegremente.
Pegamos nas mãos, soltamos os
troncos, maleamos a cintura.
Apaixonadamente a gente se
ama, e o céu brilhante de estrelas,
Nos observa calmamente, e
quase indiferente, segue a partitura.
O sol, quando o vento abre as
folhas, ele escorrega por suas penas longas,
e como-se em um êxtase, indo
por suas coxas, seu tronco abala a terra. E depois, grávida de flores, germina
sementes e de novo o vento... Pareço-me pai, neste bailado de pôr sementes,
desta canção inocente, de se fazer amor...
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